Ponto de Partida: Convento de Santo António
Coordenada GPS:
Road Book descritivo: Visita feita a pé
História:
Implantado em local isolado, cercado por vegetação, o
convento de Santo António segue as premissas que habitualmente caracterizam as
casas religiosas franciscanas, pautando-se todo o conjunto por uma grande
austeridade arquitectónica e decorativa. Foi fundado em 1576 (CORREIA,
GONÇALVES, 1952), e pertenceu à Província de Santo António dos franciscanos
capuchos. Todavia, duas grandes intervenções alteraram a configuração original
do convento. A primeira, ocorrida na segunda metade do século XVII e de âmbito eminentemente
decorativo, foi responsável pela execução do novo retábulo (ainda que
posteriormente alterado), pelas respectivas imagens e ainda pelo púlpito. A
segunda, mais alargada, remodelou a arquitectura da igreja e do convento,
dotando ainda o templo de um revestimento azulejar e de novos retábulos
colaterais. Por fim e já na segunda metade do século XVIII, foram introduzidas
algumas alterações nos antigos retábulos, actualizando-os em relação à
linguagem rococó.
O convento é antecedido por um portão de remate recortado,
que se liga à igreja através de um muro. O edifício conventual apresenta
alçados uniformes, abertos por janelas simétricas, e estrutura-se em torno do
claustro. Por sua vez, a fachada do templo é rasgada por uma galilé com arco
abatido, tal como acontece em grande parte das edificações franciscanas.
Sobrepõe-se-lhe a janela do coro, flanqueada por dois nichos com as imagens de
São Francisco e Santa Clara e, por fim, o frontão contracurvado é aberto, no
tímpano, por um óculo.
Já no interior, de nave única, mantêm-se os retábulos
colaterais, de estilo nacional, mas modificados na segunda metade de
Setecentos, incorporando, por isso, elementos concheados. Situação semelhente
acontece em relação ao retábulo-mor.
Neste conjunto, ganham especial significado os azulejos azuis
e brancos, de fabrico coimbrão, e que representam episódios da vida de Santo
António. Os da capela-mor são mais antigos (c. 1740) do que os da nave (c.
1750-55), e alguns encontram-se bastante degradados, com falhas consideráveis.
Já na galilé, coexistem azulejos datados por Santos Simões de cerca de 1770-80
(SIMÕES, 1979, p. 153) com outros mais recentes, já do século XIX (CORREIA,
GONÇALVES, 1952).
(Rosário Carvalho)
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